Nesta quinta-feira, eu, o Marcos
e mais umas 50 pessoas, nos reunimos para realizarmos uma manifestação na ERS
734. A manifestação visava chamar a atenção dos motoristas para os ciclistas
que transitam ali diariamente, e principalmente, pelo triste acontecimento do
último domingo, 26 de agosto, quando o ciclista Fabio Barreto teve sua vida
tirada por um motorista.
Antes de sairmos, eu perguntei ao
Marcos: pegasse tua identidade? (desde que ele perdeu a carteira, ele tem o
costume de sair sem documentos), e ele me respondeu: por que, posso ser preso?”,
e eu disse para ele que sim, era um risco que se corria, dependendo de como as
coisas transcorressem.
Chegamos ao local combinado por
volta de 17h. Tinha uma menina nos esperando e o carro da RBS. No caminho
cruzamos por vários ciclistas que estavam indo pedalando. Como nós levamos a ghost bike, fomos de carro até lá. Logo
o pessoal começou a chegar, e em seguida, mais carros de meios de comunicação.
Por último, duas viaturas da polícia rodoviária estadual.
Os policiais se apresentaram e
chegamos a um consenso sobre o tempo em que trancaríamos a via. O protesto
durou menos tempo do que a gente havia imaginado, cerca de uma hora. Mas nesse
período, distribuímos panfletos, mostramos nossas faixas e penduramos a bike, a
primeira ghost bike de Rio Grande, em
uma árvore próxima ao local onde o carro parou, após arrastar a vítima por
cerca de 100m.
Acredito que o protesto foi 100%
positivo. As pessoas entenderam a importância daquela manifestação, passamos
nossa mensagem e conseguimos mostrar que mesmo sendo um grupo de várias pessoas
com interesses e origens diferentes, o sentimento que nos une é forte e sem
barreiras.
Quando acabou tudo, sentimos
falta do resto. Porque nós, eu e o Marcos, somos aqueles que nunca fazemos nada
pelo ciclismo na cidade, os “cânceres”. Mas onde estavam os bonzinhos e incentivadores do ciclismo? Na
hora de sair às ruas, para dar a cara a tapa, sem saber se ao final não acabaríamos
oferecendo um habeas corpus na
polícia, protestando efetivamente pela segurança da coletividade, nós fizemos o
nosso papel.
Treino seguidamente por ali, e
vejo vários ciclistas fazendo o mesmo, e são aqueles que estão “unidos pelo
esporte”, “na família” e todo aquela blá blá blá ensebado. Espero que nas
próximas manifestações, vocês levantem a bunda da cadeira e saiam junto, porque
pregar a “união” numa telinha de computador para dar uma de fofo para os
outros, é muito fácil!
Por fim, agradeço a presença de
todos, principalmente dos amigos do facebook, alguns conheci pessoalmente
apenas hoje. Em questão de algumas horas, no mesmo domingo que o ciclista foi
morto, nos mobilizamos e mostramos que a união de verdade existe. Vamos
continuar lutando pela segurança da coletividade, fazendo o que for preciso,
contra quem for preciso, mesmo sem saber no que isso poderá dar!
Aos familiares de Fabio Barreto,
desejamos nossas sinceras lástimas pelo ocorrido e esperamos que as pessoas
passem a respeitar os ciclistas cada vez mais.
(Thaíze da Luz)
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