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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A história da bicicleta - A farsa de Sivrac

Por Poti Silveira Campos*

(Karl Drais, o inventor da draisina, veículo que deu origem à bicicleta)

Na Europa e nos Estados Unidos, o causo é reconhecido como lorota há tanto tempo que raramente é referido em livros. No Brasil, no entanto, mesmo instituições respeitáveis, como universidades federais, seguem repetindo e divulgando uma farsa quando se propõem a contar a história da bicicleta. Faça você mesmo a pesquisa no Google. Digite “bicicleta” e “história”. Pronto. Aposto que dezenas de resultados da busca indicarão o conde Mede de Sivrac como o inventor da magrela. Em 1790, na conturbada Paris da Revolução Francesa, Sivrac teria circulado com uma traquitana batizada de celerífero pelas ruas da cidade. Isto é tudo o que se sabe sobre o tal conde. Quando nasceu, quando morreu, o que fazia, o que aconteceu com o tal celerífero são questões cuja única resposta é o mais profundo mistério.
Nem poderia ser diferente. Afinal, Mede de Sivrac jamais existiu: é uma invenção do jornalista francês Louis Baudry de Saunier (1865-1938). Em 1891, quando a bicicleta havia se tornado uma realidade mundo afora, Saunier lançou um livro – Histoire générale de la vélocipédie – que se tornou numa referência importante para leitores como o médico sanitarista Carlos Seidl (1867-1929), um entusiasta do uso do novo veículo. O médico publicou dois enormes artigos sobre o livro de Saunier – no qual Sivrac ganhou vida – nas páginas do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre.
Saunier era um nacionalista ferrenho que estaria se sentindo muito mal com a humilhante derrota da França na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871): inventou a farsa de Sivrac para, em uma revanche pessoal, dar ao próprio país a glória do primeiro passo no surgimento da bicicleta. Assim, o conde francês Sivrac teria antecedido ao barão alemão Drais Von Sauerbronn, batizado Karl Friedrich Christian Ludwig Drais, mais conhecido como Karl Drais (1785-1851). O barão foi o inventor da draisina, a engenhoca que se tornaria, mais adiante, a bicicleta como conhecemos hoje. Com o velocípede de duas rodas, Drais percorreu um trajeto de 15 quilômetros em pouco mais de uma hora, de Mannheim até Schwetzingen, no dia 12 de junho de 1817. A pequena jornada representou um feito sem precedentes para o transporte impulsionado por tração humana, mas o barão acabou esquecido por muito tempo, restando o mérito ao fictício Sivrac. Isto, porém, já é outra história.

 * Jornalista e cicloativista, assina a coluna Bike, no jornal Zero Hora.


Um comentário:

Kacianni disse...

Olá Poti Campos, boa noite. Acabo de ler seu artigo sobre a história da bicicleta. Não sabia do equívoco. Também pensava que o mérito maior fosse de Sivrac.
Afinal como posso obter mais detalhes sobre isso?
Estou escrevendo um livro sobre brinquedos e a bicicleta entra como meio de transporte e brinquedo.
Não posso cometer erros, entende?
Preciso de mais argumentos e comprovações. Coloquei Pierre Lallement como criador da bicicleta.
Você concorda ou acha que o mérito é de Karl Von Drais?
Posso citar seu nome e seu artigo como referência em meu livro?
Grata,
Kacianni