
Nosso país no hemisfério sul com um verão tão bom e perfeito para o esporte, e o que temos? Nada! O verão passa batido sem um mínimo de empenho em por provas de alto nível nesta época do ano.
O que isto significa? Simples, nossos atletas (e neles me incluo), vão treinar e competir na época de menor rendimento - o outono e o inverno - mais uma vez na contramão da temporada do resto do mundo.
Até quando tudo vai ser mal pensado? Vejam bem, quando se dá o maior investimento nas mídias em nosso país? Veículos, bebidas, alimentos? No verão!Tudo no verão, é muito mais divulgado e as indústrias tem para isto muita verba destinada. O que não posso entender é porque não aproveitar este momento, uma temporada começando em setembro e terminando em abril, com oito meses de pouca chuva e se ela aparecer o atleta agradece e pode treinar mesmo assim, nada de frio e ótimos investimentos.
Mas parece que ninguém nunca viu isto. As coisas começam mal planejadas localmente nas cidades, passam por regiões estaduais, e estados inteiros tem sua temporada em períodos que não nos levaram nunca a nada.
Pois agora que nossos atletas já deviriam estar ranqueados e selecionados, se daria o início da temporada internacional. Com o apoio de nossa confederação, as equipes poderiam enviar estes atletas para correr provas de alto nível no exterior. Mas outra vez vamos estar aqui com um calendário péssimo, cheio de provas e que não faz evolução.
Em nossa região, a zona sul do Estado do Rio Grande do Sul, já tem falhas absurdas, quem pode pensar que um campeonato de mountain bike pode ter 11/12 etapas nos dias atuais. Isto só da modalidade maratona, pra começar a competir o atleta tem um custo de R$15,00 de filiação, o que não vejo motivo, e R$25,00 por etapa em inscrição. Muito para o pouco oferecido. Junte a isto o atleta chegar a cada uma das provas e cada um terá um custo ao redor dos R$100,00 por prova. Mas vamos lembrar que existem na mesma região mais dois campeonatos, um de ciclismo e um de cross country e que estes três campeonatos estão tendo provas na mesma época, simultaneamente só não são no mesmo dia, o que aí sim diria que é uma coisa de louco.
O que vai ser do nosso atleta porque quem vai lá e realmente é o show é ele, se ele não for mais acabou, e na real cada vez menos atletas vão, principalmente novos das categorias de base do esporte. É desta maneira cada vez mais teremos um campeonato feito pra pessoas da terceira idade aposentados e com a situação financeira bem definida. Porque juvenis, juniores e sub 23 são poucos, logo eles que seriam o futuro do esporte, são cada vez menos nas largadas. A categoria que mais cresce é a máster. E sinto muito falar isto mas elite ninguém é, temos sim bons atletas de nível técnico bom temos mas ainda nos falta muito pra elite. Com este tipo de organização, o nível da prova é feito para ser fácil de marcar e organizar e também para não fazer o pessoal mais velho não sofrer tanto. Deixo claro que não tenho nada contra os atletas de mais idade, afinal eu mesmo sou Máster B, tenho 40 anos. Os próprios organizadores não estão felizes com o rumo das coisas. Eles têm de fazer muito por entidades que nada fazem só aparecem pra receber sua parte e dar nome ao evento. Então o que posso dizer é que está tudo errado, custos e definição de um calendário por modalidade. E isto é a ponta do iceberg. É só uma região de um Estado. O que vai ser quando se colocar a prova à organização nacional?
Bom inicio de semana. Pensem e reflitam. Não sou o dono da verdade, muito longe disto, mas garanto que para cada crítica que faço tenho uma idéia, sugestão ou solução. Criticar apenas, seria muito fácil!